partiu para esse futuro (in)esperado. na viagem, reparou no seu reflexo.
guardava o sorriso para o menino da cidade-luz.
prova mais um sabor amargo do sorriso que não pode permanecer no rosto.
subiu as escadas e quis lá ficar bem no cimo. mas caiu. caiu e com ela cairam as ilusões, o mundo e tudo o que ele comporta.
o corpo em combustão, a esperança que se foi queimando rapidamente, apoiada nos caminhos-de-ferro.
a incompatibilidade de emoções. a certeza de querer e a outra certeza - a de que(m) não (a) quer.
como era bom viver numa incerteza feita de beijos prolongados, silenciosos, escritos em qualquer espaço - lembras-te?
a incerteza numa noite maior, de luz apagada, de defeitos e pesadelos escondidos.
noite de mãos dadas e protecção plena.
olhos verdes-verdes, repararam no reflexo, pintado de preto e de branco, como se não existissem mais cores no mundo. como se ela não visse as outras cores do mundo. ela não vê as outras cores do mundo.