quarta-feira, setembro 28, 2005

vida selvagem.

vocês conseguem. imaginem uma floresta. grande, majestosa, antiga. árvores altas protegem do sol.



hoje sou a plantinha mais pequenina e escondida que por lá houver.

martinha versus html.

isto é um pedido de socorro.
jp, salva-me nesta luta.
as letras ficam tão juntas que parecem feijão com todos!

HUMPF.

terça-feira, setembro 27, 2005

revisitar-te.


why won't you come over here
we've got a city to love.

[the strokes, juice box].

lado esquerdo.



silenciar o coração não é fácil.
apagar as luzes que iluminam o caminho das respostas e perguntas e desejos e dizeres do lado esquerdo do peito, não é fácil.
não é fácil não poder correr para ti, quando a razão grita que está errado, grita que não pode ser, porque nas horas imediatas a dor assaltar-me-ia e eu voltaria a cair numa suspensão de felicidade.


não é fácil um amor que cresce no silêncio.



[fotografia].



hoje em dia percebo melhor o conceito de "sentir falta de". sinto falta de tudo, dos sorrisos e momentos e gargalhadas e jantares. do amor e da paixão e do carinho e da ternura. de tudo o que tu és, de cada molécula tua, cada átomo.


(é que já não sei qual dos dois é o mais pequeno e o que quero dizer é que sinto a tua falta, de ti, inteiro, de cada parte de ti)

segunda-feira, setembro 26, 2005

pedaços.


porque tudo tem de te ter por perto, parte de mim parte contigo. pelos banhos de espuma à luz das velas, o poker e o vinho tinto, os jantares e os disparates, as surpresas e a paixão em lugares proibidos. é que tanto de mim és tu. é tu. és? claro.pelo que já passámos, pelo tempo separados que tanto nos juntou. dói esta "agridoçura". mas não faz mal. o que arde cura, e eu preciso de ti.

espero o melhor.

domingo, setembro 25, 2005

perguntas e respostas.




- como defines o teu estado de espírito neste momento?
- exausta.
cansada de uma luta estéril.
- e com que é que gostavas de sonhar hoje?
- com a leveza de ser que não tenho.

[foto de
nuno braga].


sábado, setembro 17, 2005

peaches.




Fuck the pain away. Fuck the pain away.
Fuck the pain away. Fuck the pain away.
Fuck the pain away. Fuck the pain away.
Fuck the pain away. Fuck the pain away.
Fuck the pain away. Fuck the pain away.
Fuck the pain away. Fuck the pain away.
Fuck the pain away. Fuck the pain away.
Fuck the pain away. Fuck the pain away.



interlúdio.



ela toca à campainha do sonho, sobe as escadas da fantasia e entra por uma porta debroada a ilusões pouco verosímeis.
não leva planos, não leva bagagens.
tem na mente o brilho de dias passados e o desejo que arde a olhos vistos. "deixa-os na entrada.", disse-lhe ele.
a proximidade foge com o tempo, corre no fumo de um cigarro-primeiro-de-muitos.
estabeleceu-se uma estranheza de meios-sorrisos, de meios-desabafos, de meias-confissões.
momentos de verdade mediana - ela não espelha nos reflexos corporais o amor que arrepia a epiderme, ele não lhe conta com palavras maiúsculas que ela é um interlúdio.



interlúdio,s. m. (mús.) pequena peça de música, intercalada entre várias partes ou trechos de uma composição mais longa e mais importante.



quinta-feira, setembro 15, 2005

espelho meu, espelho mau.


we got enough self esteem to have no self esteem

there’s nothing beautiful here

we’re all ugly.

[the vicious 5, bad mirror].


[fotografia:
francisca moreira]

segunda-feira, setembro 12, 2005

ficções.

às vezes achava que tinha dois eus. um para quando se erguia acima das pessoas à volta e as via sem defesas, com clareza. outro para quando se sentia pequenina e quase insignificante, e tinha que mendigar amor e carinho, esfomeada por atenção. uma vez mencionou a alguém que tinha alturas em que quase conseguia ver as relações entre as pessoas, como se fossem fios coloridos que as prendessem umas às outras. ver as redes, o funcionar da sociedade, como se fosse transparente. perceber aquilo que faz mover as pessoas, que dita as suas acções. era estranho pensar assim, estranho sentir-se tão à parte para observar inobservada. outras vezes sentia o que as pessoas à volta dela sentiam. imbuía-se delas, vivia com elas, ria como elas. um pouco bamboleante, ela andava à deriva, sem saber muito bem o que fazer com ela própria, sem saber quem era, oscilando entre querer ser igual a todos e elevar-se na sua diferença. e assim vivia a vida, ora absorvendo-a, ora fugindo dela, numa relação de amor-ódio como só ela sabia ter.


quarto.

as fotos espreitam-me sorrateiramente. as paredes arrebitam os ouvidos. a cama chia. o sol abre as cortinas. tenho livros empilhados a ameaçar desmoronarem-se com estrondo no chão. a poeira da minha vida entranha-se na cama, nos recantos escondidos. há postais que ainda fazem com que eu sorria. mesmo ao ver a roupa espalhada pelos cantos.

é a minha vida...

(apeteceu-me!)

on the corner.



you can leave me

on the corner

where you found me



[cocorosie, not for sale].


hoje não tenho caracteres ilimitados para oferecer.

tenho cada veia que corre a gritar por uma explosão interior.

posso?

qualquer dia - um dia que poderá estar perto - perco o diminutivo e torno-me numa amargura pura e mordaz.

numa cara que não espelha um bom dia e que não passa a mão pelas costas dos outros.

qualquer dia, perco o sorriso feito de algodão-doce e passo a ser uma pipoca que nunca chegou a sê-lo, o milho que não estala e fica esquecido no fundo do pacote.












domingo, setembro 11, 2005

(grande) principezinho.


"adieu, dit le renard. voici mon secret. il est très simple: on ne voit bien qu'avec le coeur. l'essentiel est invisible pour les yeaux."


gosto dos essenciais que me dão arrepios. das noites em que se dorme mal, mas tão bem. do poker a feijões, do vinho tinto. do sorriso que surge no meio das lágrimas, da festa no cabelo que reconforta. o lado escuro espreita, a tristeza prega-nos rasteiras. eu sei que o tempo passa à velocidade da luz.


"si tu m'apprivoises, nous aurons besoin l'un de l'autre. tu seras pour moi unique au monde. je serai pour toi unique au monde... dit le renard."


sexta-feira, setembro 09, 2005



falo, falo, falo... e não digo nada.


vida fedorenta.

terça-feira, setembro 06, 2005

tentativa e erro.


sentar-me à secretária repleta de boas intenções. o olhar a deambular pelos livros e revistas novos. não, retorno aos apontamentos, que diabos então eu não sei que tenho que estudar, mas o olhar é reguila e foge de novo, desta feita para a minha caminha confortável. hum. tentador. porque o sono é sempre importante para o bom funcionamento do cérebro sem o qual eu não estudo nem oohhhh cala-te. volto a concentrar-me nos apontamentos e viva!, uma ou duas horas brilhantes (pelo menos pareceram duas horas...) de leitura intensiva, e - pormenor importante! - compreendida. se o orgulho me impeliu a estudar este setembro, mais vale satisfazê-lo sob pena de me perseguir o ano todo.


agora estou na pausa, o descanso da guerreira. não da luta com o estudo, mas do caminho até lá chegar. custa tanto estudar como tentar estudar. não?!

sim eu sei que hoje estudei pouco. mas não é a quantidade que importa... nunca ouviram dizer?! eu gosto é de ter a consciência tranquila.

:)

domingo, setembro 04, 2005

frank.



fly me to the moon
let me play among the stars
let me see what spring is like
on jupiter and mars

in other words, hold my hand
in other words, baby kiss me...


porque há talentos grandes demais para qualquer tempo, que lêem em nós como se fôssemos um livro aberto, e que ainda fazem sentido... há músicas preciosas que nos levam ao céu, à lua, a dar um passeio pelas estrelas... bandas sonoras de momentos bem vividos que, como a música, se querem eternos. para sempre. quero que este "para sempre" não seja dos temporários. quero que me aqueça e arrepie. quero que me veja crescer e mudar e lutar e às vezes perder, outras ganhar. é que há alturas em que aquilo em que até agora acreditámos, o cepticismo no qual nos refugiámos, deixa de existir, porque já não há necessidade de máscaras que nos escondam e protejam.

(quem me dera que o mundo inteiro se sentisse tão bem como eu sinto agora...)


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sábado, setembro 03, 2005

proposta indecente.



é uma espécie de furacão dos sentidos este, uma mistura de sentires diversos que se emaranham num só, uma ânsia de querer-tocar-provar, voltas e reviravoltas para acabar no mesmo sítio, para encontrar a paz onde se a quer, tocar no céu e querer sempre mais, criar um balão de hélio gigante para escapar ao real banal e viver no sonho privado...

vamos fugir?

:)

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sexta-feira, setembro 02, 2005

fumar-te.





tudo o que se perde devagar é mais triste por causa disso.
mas eu não queria perder-te mais depressa por causa disso.

[miguel esteves cardoso, o amor é fodido]


sim, miguel. o amor é fodido e a vida é uma puta.
hoje não sou menina de doçura nas palavras, de cor-de-rosa a colorir o rosto, de sorriso suave que pisa dores presentes.

tu és como o tabaco.
inclinas-me para uma morte lenta e dolorosa.
prejudicas-me a mim e aos que me rodeiam.
e nada do que possa nascer de ti, irá ver-se livre de um corpo doente.
vais-me fazendo perder pedacinhos de vida que armazenei ao longo destes dias de ausência.



fumar-te, mata-me.