uma porta separou o tudo do nada.
sem surpresas.
sem surpresas.
o quarenta e cinco, o quarenta e nove e vinte um anos de sobe e desce escadas.
acendeu-se o fogo e a certeza cinzenta ficou para lá morar.
a água não chega, o tempo demora-se, os gritos acordam, as vozes choram alto. o fogo queimou o silêncio. shhh. deixa a casa morrer em paz.
dias e noites e tardes de verãooutonoinvernoprimavera dentro de memórias em chamas, medo em chamas, lágrimas em chamas, vinte e um anos, quase vinte e dois de sobe e desce escadas das casas gémeas em chamas.
casas gémeas, rostos gémeos, recordações gémeas.
não respiro fundo porque a ausência é feita de cinzacinzenta feita de medoafogueado e pode entrar em mim, esquecer-se que quatro números depois está a minha vida.
acendeu-se o dia, apagou-se a luz.
[I'll take a quiet life, a handshake of carbon monoxide, with no alarms and no surprises, no alarms and no surprises, no alarms and no surprises, silent silence.
such a pretty house and such a pretty garden. no alarms and no surprises, (get me out of here)no alarms and no surprises, (get me out of here)no alarms and no surprises(get me out of here) please].
radiohead.
5 comentários:
did anyone got hurt?
o susto que eu apanhei...
Algo neste post lembrou-me quando estive no meio do fogo neste último Verão. Não foi a primeira vez nem creio que será só por isso, mas volta e meia ainda sonho com chamas. Arder esta cidade ainda consegue. Nevar... é que nem por isso.
p.s.- essa é uma das minhas 10 músicas preferidas.
Euromilhões?
always here for you
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