sexta-feira, setembro 02, 2005

fumar-te.





tudo o que se perde devagar é mais triste por causa disso.
mas eu não queria perder-te mais depressa por causa disso.

[miguel esteves cardoso, o amor é fodido]


sim, miguel. o amor é fodido e a vida é uma puta.
hoje não sou menina de doçura nas palavras, de cor-de-rosa a colorir o rosto, de sorriso suave que pisa dores presentes.

tu és como o tabaco.
inclinas-me para uma morte lenta e dolorosa.
prejudicas-me a mim e aos que me rodeiam.
e nada do que possa nascer de ti, irá ver-se livre de um corpo doente.
vais-me fazendo perder pedacinhos de vida que armazenei ao longo destes dias de ausência.



fumar-te, mata-me.



5 comentários:

Timmy Sá disse...

Com ou sem palavras doces, o que é certo é que a tua escrita te coloca num patamar superior... (bem acima dos 2 metros de altura!? :S )

Beijo, not-so-gigantic martinha!

Paulo Aroso Campos disse...

Miguel Esteves Cardoso, esse grande autor! Porque ele nunca mais volta à escrita?
Belos anos de juventude a ler as crónicas no Independente!
Foste muito grande em te lembrares! ;)

agarb disse...

deliciei-me
devorei a tua escrita...

elementar disse...

Sabes.. consegues pegar em sombras e escuridão e com elas pintar um ténue sorriso de uma beleza infantil.

Brindo a ti e ao fumo sufocante que a máquina que temos no peito produz enquanto, estupidamente, trabalha.

Agradeço-te por um dia teres acordado e decidido dar pedaços da tua vida ás palavras.

Obrigado por escreveres.

couve-flor. disse...

obrigada eu...
mesmo...
um beijo.