ontem foi uma noite boa. mimo, mimo, mimo. acho que compensou o mês de março todo. oferecer um presente do nada, levar jantar para casa (evito cozinhar e muita gente, tristemente, sabe porquê), aninhar junto e perceber que se está bem. que as coisas encaixam. que mesmo que chova lá fora cães e gatos, como dizem os ingleses, aqui dentro está-se quentinho e seco. tirando as janelas abertas (mania de algarvio). porque quando o dia é chato, ou corre mal, ou dói o corpo do ginásio (ninguém me mandou, eu sei, eu sei), ou chove e está frio quando o corpo pede sol e fotossíntese, são os amigos, e é o amor, a casa, o aconchego, que compensa.
e quando se recebe um telefonema triste e se percebe que por muito bem que se esteja aqui, partes de nós estão mal noutros lugares (porque a família é parte de nós), às vezes tudo o que basta são braços à nossa volta. mas mesmo assim isso não apaga a sensação que se agarra à ponta dos cabelos: devia fazer mais alguma coisa. devia estar lá. se calhar tudo melhorava. se calhar...
de repente a noite já não parece tão boa.
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