"Na passada sexta-feira, quando as crianças do infantário O Aquário (Setúbal) chegaram a casa, os pais depararam-se com estes folhetos dentro das mochilas" - aqui.
ISTO não é fazer campanha. é indigno e indecente usar as crianças como veículo de opiniões que ainda por cima nem são fundamentadas. uma carta escrita por parte de um bebé que está no céu e está tão triste porque a mãe o matou...
tenham dó. que sejam contra a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, tudo bem (digo já que sou a favor). mas este tipo de argumentos pura e simplesmente não se utiliza. aliás, nem são argumentos.
quarta-feira, janeiro 31, 2007
terça-feira, janeiro 30, 2007
sexta-feira, janeiro 26, 2007
segunda-feira, janeiro 22, 2007
riem-se o corpo e as palavras.
Sondra Pransky: Oh, you always see the glass half empty.
Sid Waterman: No, I always see the glass half full. Of poison!
in scoop, de woody allen.
domingo, janeiro 14, 2007
we are accidents waiting to happen.*
lisboa multiplicada por cento e dois é tudo sobre ti. e tudo sobre ti são acidentes – como o que matou esteban – inesperados e passíveis de acontecerem por buscarmos o mais desejado. uma correria contra a natura, uns passos mais incertos em torno do ansiado e ponto.
respira fundo, até ao umbigo – princípio de ti. vais ver que regressas como serás. porque o que tu eras – tu foste? –, o que tu eras era um fim. é como aquela faixa dos calexico: começa pelo fim para dar início à melodia mais canção de sempre. lembra-me sintra e a promessa. vês agora porque insisti tanto em voltar atrás? porque tínhamos dito que voltávamos. e eu engulo as promessas – se não as cumprir, não digiro bem os dias seguintes.
sintra tem aquelas ruas estreitas que apertam as palavras. tudo se eterniza ali. até o medo. o medo dividido por nove – o número que queria ser redondo, mas não conseguiu.
não digas a ninguém – porque os segredos são para guardar no escuro -, mas não gosto de olhar para trás de ti. há lodo no cais do teu passado. gosto de olhar para onde apontam os olhos e de ficar à tua espera.
diz a toda a gente – porque os sonhos são para plantar à luz do dia – como é bom esperar-te quartaquintasextasábado, como é bom esperar-te naquelas semanas em que os dias estão colados ao fim-de-semana.
respira fundo, até ao umbigo – princípio de ti. vais ver que regressas como serás. porque o que tu eras – tu foste? –, o que tu eras era um fim. é como aquela faixa dos calexico: começa pelo fim para dar início à melodia mais canção de sempre. lembra-me sintra e a promessa. vês agora porque insisti tanto em voltar atrás? porque tínhamos dito que voltávamos. e eu engulo as promessas – se não as cumprir, não digiro bem os dias seguintes.
sintra tem aquelas ruas estreitas que apertam as palavras. tudo se eterniza ali. até o medo. o medo dividido por nove – o número que queria ser redondo, mas não conseguiu.
não digas a ninguém – porque os segredos são para guardar no escuro -, mas não gosto de olhar para trás de ti. há lodo no cais do teu passado. gosto de olhar para onde apontam os olhos e de ficar à tua espera.
diz a toda a gente – porque os sonhos são para plantar à luz do dia – como é bom esperar-te quartaquintasextasábado, como é bom esperar-te naquelas semanas em que os dias estão colados ao fim-de-semana.
*radiohead.
há correspondência com:
[and the hours turn into days but still it feels like morning.]
quarta-feira, janeiro 10, 2007
when I wrote it down [they] couldn't see what was written.*
dizem que a caçadora de palavras adoeceu. disjuntada, caíu na reticência da morte e tossiu frase nenhuma. começou por tropeçar em vírgulas. já não sabia parar em pontos finais. iniciou uma sucessão infinita de espirros fraseados, pouco perceptíveis, feitos sem parágrafos. emudeceu e, por isso, assassinou o bloco e a caneta. estancou a tinta e rasgou as folhas em pedaços de metades de palavras reformadas.
dizem que a caçadora de palavras nunca conseguiu caçar palavras felizes – é uma área restrita, disse-lhe o administrador, certo dia. ela nunca acreditou e, por isso, arriscou dicionários e enciclopédias, trilhando os caminhos recurvados das promessas e dos sonhos.
dizem que a caçadora de palavras nunca conseguiu caçar palavras felizes – é uma área restrita, disse-lhe o administrador, certo dia. ela nunca acreditou e, por isso, arriscou dicionários e enciclopédias, trilhando os caminhos recurvados das promessas e dos sonhos.
dizem que a caçadora de palavras se aventurou demasiado e se perdeu tanto na aventura como na demasia.
*matt elliott
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