subir por um leque de escadas tortuosas e estreitas, com degraus traiçoeiros que me podem fazer cair para o abismo que se estende, vazio, por debaixo de mim. acreditar? ao longo da vida vamos subindo, degrau a degrau, cada vez mais alto, empurrados por amigos, puxados por amores, tropeçando nos inimigos. hoje de manhã arrumei furiosamente as minhas coisas, como se ao dispor cuidadosamente roupa em gavetas estivesse a ordenar o meu interior. isto vai para aqui, isto é para guardar, isto é para sentir, mas isto não, não posso, não dá. não há ordem no caos, mas reina uma certa lógica, fruto de ventos superiores que mais ordenam. que põem e dispõem de mim. a aceitação é terrível, sinto-a como desistência. mas não, não é um desistir e encolher de ombros. não é uma resignação cabisbaixa. não pode ser.
fui posta lá bem no alto...
tenho sorte.
fui posta lá bem no alto...
tenho sorte.
1 comentário:
Sabes como me imagino a subir essas escadas? :)
A correr (para não se tombar nas que estão mais inclinidas) quase tão rápido como o sonic.
De mão dada, porque se alguém se desiquilibrar, está lá o outro para não deixar cair.
A apreciar a subida de cada degrau, e aproveitando para descansar nos menos inclinados...
Lá ao longe, vejo um looping...
B*
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