domingo, julho 24, 2005

antes do anoitecer

vemos a vida através do nosso próprio buraco de fechadura

após algumas desilusões tornamo-nos mais fechados, mais receosos, sós. perdemos o gosto pela conversa fácil e saltitante, sempre com a mente no próximo passo. a doçura esvai-se no planeamento. será que a perda da ingenuidade equivale a crescimento, à tão badalada maturidade? ou será que perder o olhar terno é uma triste consequência de momentos mal passados? deixa-me cantar-te uma valsa... e se o sempre for temporário?

magia de algo permancer anos depois. de nada fazer sentido sem o outro. a beleza de ver um filme ternurento, onde vidas mudam numa tarde. não haverá mesmo coincidências? a graça conjugada com o charme fácil. o par. um mais um são um dois que no fundo são apenas metades de um. eu... tenho esperança. que hoje em dia se tornou quase uma palavra tabu. é de bom tom afivelar no rosto uma expressão de resistência calejada. como se nada disto importasse. é preciso força para sair de situações que são virtualmente becos sem saída. mas mais força e coragem são necessárias para apostarmos, num casual lançar de sortes, num "nós".

5 comentários:

Black Rider disse...

Isso é mesmo verdade. Ao ler este texto, não sei porquê, lembrei-me daquela máxima do Che Guevara que vou tentar traduzir num muito mau português. "Há que endurecer. Mas perder a ternura...jamais". Gostei dessa imagem do filme: "vidas que mudam numa tarde", é pena que, muitas vezes, as coisas não sejam assim tão simples. Ou somos nós que as complicamos? Que temos um real medo de viver e de assumir esse mesmo "nós"? O medo de nos entregarmos realmente... não sei. Qualquer coisa aqui também me lembrou uma música da Adriana Calcanhoto: "Entre por essa porta agora e diga que me adora, você tem meia-hora para mudar a minha vida". Não sei, apenas sei que muitos dos mais significativos momentos podem acontecer em períodos de tempo ainda menores. Quanto tempo leva a dizer: "Gosto de ti." ou "Quero ficar contigo"? É estranho, mas para muitas pessoas isso demora anos e anos.

João Campos disse...

Tenho pena que uma pessoa tão linda e tão querida como tu esteja a atravessar uma fase de um certo desencanto em relação à vida e à incerteza de alguns valores. Mas não deixo de te dar razão...

tixa disse...

obrigada!
joãozinho: eu estou numa fase bastante boa, completamente apaixonada... isto são coisas em que penso, que filmes me lembram, enfim... já passei por aí, mas agora sinto-me realizada e feliz :)

Anónimo disse...

humm hummm

gostei de ler!!!

adoro-te miuda!

Anónimo disse...

O facxto de uma pessoa ficar mais fechada pode não ser algo tão destrutivo como fizeste transparecer. Primeiro pk é uma reacção humana/animal mt normal. Após viver uma experiência dolorosa a nivel fisico ou emocional, a pessoa tende a controlar certos comportamentos. Torna-se um bocado mais controlada. Não creio k a mudança seja radical. Acho k a pessoa jamais perde as suas emoções e as suas maneiras de sentir, apenas controla mais a sua reacção e resrva-se mais. Mas essa pessoa continua a mesma. É sempre uma questão de haver algo ou alguém k lhe desperte confiança, e k lhe desperte as emoções. O k escrevi acima faz-me lembra o filme "The American Beauty".
Sabes k a temática k tocas é consekuencia directa de certos valores demasiado pragmaticos e consumistas que foram impostos na sociedade ao longo das gerações. A sede de consumo acaba tambem por se aplicar no campo emocinonal, mesmo k seja de forma inconsciente. As pessoas kerem spr consumir mais e mais. Há k ter sempre algo melhor a apresentar, ou nao sendo melhor, algo k pareça melhor ou então novo. A imagem k nos é imposto vender... O k descreves é algo k me causa certa agonia tb, mas devido a esse tipo de mentalidade estar em td o lado.
Felizmente k a maior parte dos becos sem saída só o são para veiculos moveis, pk geralmente há sempre um espacinho onde passam as pessoas.

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