terça-feira, maio 31, 2005

à sombra de mim.



à luz da verdade, descubro que não sou eu.
nunca fui.
pois não?
à luz da tua verdade, sei que vou encarnar um infindável monólogo.
tu não tens respostas.



hoje quero esconder-me no escuro.

mar



I'm all at sea
where no-one can bother me
forgot my roots
if only for a day
just me and my thoughts
sailing far away...

like a warm drink it seeps into my soul
please just leave me right here on my own
later on you can spend some time with me
if you want to
all at sea

(Jamie Cullum)

lá está... o querer uma ilha pequenina só para mim. Posted by Hello

take me out...

so if you're lonely
you know I'm here waiting for you
I'm just a crosshair
I'm just a shot away from you
And if you leave here
You leave me broken, shattered, I lie
I'm just a crosshair
I'm just a shot, then we can die

I know I won't be leaving here with you

I say you don't know
you say you don't know
I say... take me out

I say you don't show
Don't move, time is low
I say... take me out

If I move,this could die
Eyes move; this could die
I want you... to take me out

(Franz Ferdinand)


ansiar por um lugar escondido, um cantinho só, uma ilha pequenina no meio da barafunda dos livroscanetaspapéisfotocópiaspostitscadernosdesesperos...



(apetecia-me cantar: you give me fever................................................................)

carris.



sono.muito sono. bocejar. bocejar muito.
carris.
cidade que não é minha.
poeira.
saudades dos que me querem bem.
saudades da minha amora, das minhas 'inhas'.
chorar a côr vermelha.
encontrar quem eu quero.

encontrar quem não quero.
abraçar a minha lacobrigense preferida.
tocar no mr.pop.
gritar sujidade, ser fogo, voltar ao tempo que me pertence em traços oníricos.
gostares de mim.
por la ventana.
escuro.
aniversários.
viagem solar.


saborear coimbra no regresso.
abraçar amizades erguidas.
e beber[-te] numa música que vagueia no meu quarto.
[beber-te e nunca saciar a sede].

fuckin' bless you!



num domingo envolto em névoa de uma amizade FRÁGIL, descolei os pés da terra e voei para lugar de alegria saltitante, lugar de vida veloz, lugar de vozes circulares - aquelas que nos cercam e nos tornam um centro.
levantei pó e abafei a melancolia.
sufoquei o cansaço.



now I'm ready to close my eyes
and now I'm ready to close my mind
and now I'm ready to feel your hand
and lose my heart on the burning sands
and now I wanna be your dog
and now I wanna be your dog
now I wanna be your dog.
[iggy and the stooges].

e lá foi a martinha ao encontro de anos antigos.

segunda-feira, maio 30, 2005

domingo, maio 29, 2005

noites assim...



... em que me dá para ir para a varanda comer cerejas
ouvir nitin sawhney e a sonhar com a journey e as noches en vela

gosto de ver cidades a dormir
deixar-me levar pelo voyeurismo da imaginação

gosto das cidades à noite. as luzes deixam adivinhar várias cidades, umas dentro das outras, como aquelas bonecas que me fascinavam em criança.

é verdade. tal como as conversas, as palavras também são como as cerejas.
Posted by Hello

veloso, sempre



nunca voltes ao lugar
onde já foste feliz
por muito que o coração diga
não faças o que ele diz

nunca mais voltes à casa
onde ardeste de paixão
só encontrarás erva rasa
por entre as tábuas do chão

nada do que por lá vires
será como no passado
não queiras reacender
um lume já apagado

são as regras da sensatez
vais sair a dizer que desta é de vez

por grande a tentação
que te crie a saudade
não mates a recordação
que te lembra a felicidade

nunca voltes ao lugar
onde o arco-íris se pôs
só encontrarás cinza
que dá na garganta nós

são as regras da sensatez
vais sair a dizer que desta é de vez

(rui veloso)



é suposto uma paixão ser fulminante e fugaz não é?
a voracidade por alguém à beira rio
a leveza
a alma a sorrir e o céu prometedor
ser tão melhor por saber, lá no fundo (eu bem quis enterrar no mais profundo de mim) que é efémera

e no fim restar o carinho e a preocupação.
a amizade, sim. que espero não fugir de mim como o que a ela deu origem.


(precisei de ver o que sinto por escrito para se tornar mais palpável. mais calma, vejo o que ganhei. muito. e eu que não sou dada a desabafos destes que me expõem... enfim. por vezes a escrita funciona como catarse.)

lá vou eu rumo ao desconhecido!

sábado, maio 28, 2005

porque.



alguém me encontra um manelinho que se disponha a dispensar pedaços de tempo para me procurar um 'porque'?


amores de marta.

Que rua tão torta e tão longa, a do amor
Que vento tão forte lá sopra, é o do
amor
Por vezes parece uma
rua assombrada
Com sombras de bruxa fazendo de
fada

Que faço eu na rua deserta do amor ?
Não há uma só porta aberta pró amor

Por vezes lá se abre uma frincha de nada
Na porta do amor que eu queria
escancarada.



[sérgio godinho].


não sei por que razão insisto, ainda, em dar ao amor o prazer de escrevê-lo com letra grande.


mulan.*




apesar do instinto assassino, dos pêlos brancos no puff preto, dos cortinados trepados, dos caderninhos marcados por ela-outra-vez, de se enfiar dentro da banheira e deixar patinhas em cada canto da casa, de perder qualquer credibilidade quando se lambe e fica de língua de fora, de fugir e não avisar, de se atirar janela abaixo como se de voar fosse capaz, das suas tentativas frustradas de subir à estante mais alta, dos bigodes queimados pela curiosidade... apesar de não ser minha,
é a melhor companhia.
e não se esqueceu de mim.

*eu chamar-lhe-ia largas pêlo.


sexta-feira, maio 27, 2005

[esfera de luz].



apetece-me agarrar numa esfera de luz e oferecê-la a vocês, que me fizeram expulsar alegria por estas portas verdes-verdes.

[é difícil palavra que reflicta um agradecimento puro.
é tão difícil amar como ser amada].

feitos de sol.
os amigos são feitos de sol.

21x365.



momentos.
a minha avó na cadeira de baloiço.
vila praia de âncora.
brincar com o meu irmão.
as ruas estreitinhas do meu porto.
a sala azul.
dormir na barriga do meu pai.
aqueles em que vos encontrei, em que partilhei o meu mundo convosco.
concertos em que fiquei, para sempre, na memória.
Um beijo inesquecível, uma dança única, um abraço de despedida (que eu não sabia ser o último), palavras solares que me foram dirigidas.
um "meu amor" que deixaram ao dizer adeus.
um choro partilhado com a gracinha.
a minha amora.
ler a carina.
um sono partilhado com alguém muito especial.
ler um mail (singular...) da joaninha.
receber um presente tão inesperado.
receber uma mensagem da minha mãe numa noite triste, triste, triste.
um jantar perfeito (uma surpresa até aos ossos, como disse a minha mana).
um postal do meu pai.
um elogio que nunca, jamais, vou esquecer.
Paredes de Coura 2003.
uma rosa azul num cortejo cheio de imperfeições.
uma frase em jeito de conselho numa madrugada surreal, vinda de um menino do mar.
ver as minhas afilhadas felizes em coimbra.
uma serenata à beira da minha janela.
uma partida num aeroporto italiano.
uma tarde enevoada na praia de quiaios com alguém que entrou repentinamente nos meus dias, sem eu sequer dar por isso.
uma fotografia perfeita.
a secção mais desarrumada, o jornal mais completo.
uma entrevista na nortenha rua da alegria.
Ofir há uns anos atrás.
Lagos no presente.
pontos finais e respostas mágicas.
Itália.
fim-de-tarde veneziano.
Aveiro.
meninos ácidos.
descobrir al berto.
descobrir(-me em) josé luís peixoto.
ler-te, olhar-te sem me olhares, rir de olhos fechados, sentir-te.
queima 2005.
um telefonema conjunto, de vozes mais-do-que-perfeitas.

entre linhas.

e coimbra.
coimbra para o bem e para o mal.
coimbra a ganhar contornos de memórias minhas.
coimbra viva.
coimbra oca.

coimbra, coimbra, coimbra.


parabéns...



listen baby
ain't no mountain high
ain't no valley low
ain't no river wide enough baby

if you need me call me
no matter where you are
no matter how far

- don't worry baby

just call my name
I'll be there in a hurry
you don't have to worry
'cause baby there

ain't no mountain high enough
ain't no valley low enough
ain't no river wide enough
to keep me from getting to you

(Marvin Gaye)

parabéns para a amorinha mais linda das amorinhas do mundo!
amoro-te Posted by Hello

quarta-feira, maio 25, 2005

road trip



muito ao estilo liceal, lá nos metemos todos num autocarro rumo a lisboa... destino: RDP & RTP.

confesso que me fez sorrir muito estar rodeada de televisões e microfones, num sítio onde cada segundo é importante para construir uma informação que se espera ser o mais credível possível... sim, claro que tenho uma visão utópica do que o jornalismo deve ser. e sim, sei que não é feito da maneira como eu quero. mas e quê... e sonhar, não? :)

espero conseguir ser quem quero. Posted by Hello

brinde.



um brinde a nós e aos que gostam de nós.

este é um brinde necessário, plausível e perene!

bunnyranch.




I don't know about you
but I know about me
I´ve been making storms
In a little cup of tea

[bunnyranch, I don't know].

porque merecem um post mergulhado em perfeição.
aqui fica uma (im)perfeição, pela forma - que carrega defeito, pelo conteúdo - que berra virtude.

para uma banda-pólvora.


terça-feira, maio 24, 2005

[arrepio].




I'll kiss you once yeah I'll kiss you twice
And I get the shivers 'cause you're cold as ice

I'll dig you up and I'll get some
I'll be the one ticklin' right in your ear
I'll dig your belly skin on tight
I'll dig you you're comin' home with me
I'll dig you up oh overnight

[yeah yeah yeahs, graveyard].




porque hoje comprei uma preciosidade rara e não me contive, não me contenho e não me quero conter.
mais uma vez, o grito estridente que eu gostava de encarnar e não posso.





tanta coisa...

casa sol calor descanso sofá
praia marmarmar desesperar
ler dormir continuar
sorrir suspirar família

saudades de tanta coisa
sorrisosolharesmãosamardescontracçãorelaxar
sentir tudo com a intensidade de um furacão
dos momentos em que o coração pára



que se segue?

estudar...

não, para além disso!

tanta coisa... sabes, quando algo acaba outro algo começa. inevitavelmente. irredutível no seu avanço. tu sabes isso. sabes que compreendes sempre tudo mais tarde. quando vês o porquê.
eu sei que custa. mas não podes parar.
um brinde a quem gosta de nós...

e tu?

eu continuo sempre. com fé, lá no fundo! :)




Ofir.



quero acordar num início de manhã, abrir as portas ao pinhal imenso que me espera lá fora, tomar café no Senhor Costa, caminhar nas poucas tábuas dos corredores de madeira velha, pisar um areal deserto, olhar o mar calmo de inúmeros pontos negros, correr até à Apúlia dos moinhos antigos, cair no sabor do gelado do guardador da praia, cruzar-me com o Carlinhos de equipamento futebolístico de côr desgastada, fazer compras no Senhor Marino - lugar de relíquias como aquele Âncora de laranja... -, deixar a pele escurecer até camuflar as imperfeições que me cobrem, fumar um cigarro clandestino numa varanda à venda pelo menos há cinco anos, juntar forças para, com a minha prima, tentar ensinar o rafa a não ladrar às bicicletas, às motas, aos carros, às pessoas, aos pássaros, às pedras...a tudo.
quero colher migalhinhas de simplicidade, quero estar num lugar só meu, desencontrado dos percursos dos que me conhecem, quero receber palavras de quem está longe e ansiar pelo fim de uma quinzena, chegar a uma cidade-fantasma e encontrar-te à minha espera, encontrar-te sedento dos nossos dias, adormecer numa casa vazia de ruídos, acordar com o teu sono ao meu lado - desta vez, sim, num despertar tardio pela vontade de ficar, ficar, ficar.




domingo, maio 22, 2005

festa!



a praça da república em tons de vermelho....

(perdoem a qualidade duvidosa da imagem mas é para o que o telemóvel dá... tinha que retratar este momento.)


estou feliz! Posted by Hello

sorriso cheio de dentes.



a vontade de permanecer sobre a minha almofadinha coberta de amor é grande e sobrepõe-se a qualquer ambição de chegar a metas mais l o n g í n q u a s.
tenho de juntar a força, as stabilo fluorescentes, os apontamentos sodahnilased, os assuntos - não raras vezes! - interesse de minha área da deslocados, o dinheiro para os conjuntos intermináveis de fotocópiasfotocópiasfotocópiasfotocópiascópiascópiascópiascópias. um sem-número de tarefas que esvaziam o meu dia ( ) e me deixam de olhos presos ao chão.

mas hoje acordei de gargalhada sonora no corpo. só tu para arrancares um riso de olhos fechados a uma meia-morta-viva-com-vontade-nula-de-estudar-exausta-e-portadora-de-um-
sorriso-pouco-credível.
gostei. muito.

sábado, maio 21, 2005

life...

... goes on. e se não tomarmos cuidado... ela continua sem nós. e de repente acordamos e não nos reconhecemos... movemo-nos como se estivessemos dentro de água e tudo nos fosse estranho ao corpo.

respirar com calma e seguir sempre em frente mesmo quando a vontade é voltar atrás. sempre. nunca parar e ver a vida passar... os nossos "melhores anos" não devem submergir-se em tudo o que de mau nos acontece. porque o bom compensa sempre.

tenho pânico de descobrir um dia que passei a minha vida a queixar-me...


(loirinhi: obrigadi. adori-ti. sempri!)

nuvem-mãe.




there's nothing here that you'll miss
I can guarantee you this is a cloud of smoke
trying to occupy space
what a fucking joke, what a fucking joke

[elliott smith, I didn't understand].

sexta-feira, maio 20, 2005

mesmer...

Hey,
hey what became of you
and change,
had it changed your tune
how long you wade inside the swirling
swirling pool
just in your own way

for miles,
miles now I've been led
these wild,
wild things in your head
lead me blindly down
where angels fear to tread
just in your own way

now can you feel,
can you feel a change
it's circled 'round,
it's come back down again
but I'll no longer shower here
in someone else's rain
just in your own way

now time
gets the best of you
of wine
and celestial views
keep me anchored, keep me sane
keep me confused
just in your own way

now you been lead,
you been wildly spun
in rumours net, rumours I've become
keep me shining in the artificial sun
just in your own way...

(Cousteau)


há dias em que tudo parece tão simples de alcançar... e há outros em que tudo pesa o dobro nos meus ombros. nunca consegui ser uma pessoa equilibrada. estou a ver que não é agora que vou começar...

morrer na praia.



on the floating, shipless, oceans
I did all my best to smile
'til your singing eyes and fingers
drew me loving into your eyes.
and you sang
'sail to me, sail to me, let me enfold you'.
here I am, here I am waiting to hold you.
did I dream you dreamed about me?
were you here when I was full sail?
now my foolish boat is leaning,broken lovelorn on your rocks.
for you sang 'touch me not, touch me not,come back tomorrow'.
oh my heart, oh my heart shies from the sorrow.
I'm as puzzled as a newborn child.
I'm as riddled as the tide.
should I stand amid the breakers?
or shall I lie with death my bride?
hear me sing: 'swim to me, swim to me, let me enfold you'.

here I am, here I am, waiting to hold you.



para ti, sussurro-te esta melodia ao ouvido.
e para ti, que um dia me ensinaste a não naufragar.



quinta-feira, maio 19, 2005

diálogo(s).



- estás sempre a escrever. por que não escreves um livro?
- porque não saberia escrever-te.
- mas tu não és eu [dirias].
- não, mas transformei-me em ti, a partir do momento em que me apresentei vazia perante o teu rosto, em que me lancei oca nos teus braços livres, em que esperei acreditar numa verdade-verdade, verdade branca.
não, tu não és mais do que um enredo falso, uma estória fantasiosa de final enegrecido pela incerteza.
- não te quero ver chorar. [disseste]
- então, é melhor fechares os olhos. é melhor fechares os olhos, meu amor.

quarta-feira, maio 18, 2005

neruda.

não te quero a não ser porque te quero

e de te querer a não te querer chego

e de te esperar quando não te espero

passa meu coração do frio ao fogo

só te quero porque é a ti quem quero

sem fim te odeio, e com ódio te peço

e a medida do amor meu, viageiro

é não te ver e amar-te como um cego

nessa história só eu morro

e morrerei de amor porque te quero


porque te quero, amor, a sangue e fogo


arrepios.
absolutamente perfeito.

menina a preto e branco.




I wish I could buy back
The woman you stole.

yeah yeah yeahs, y-control.



sol. sempre.


"Para alguns viver é pisar vidros com os pés nus
para outros viver é olhar o sol de frente"

(Luís Cernuda)


tentar descobrir o sol no meio de tudo o que corre mal. é nisso que me ando a aplicar.
ao máximo.

não pensar no que perdi e concentrar-me no que tenho. mimar as coisas boas. um dia de sol, artigos completos. um sorriso. meia hora ao telefone com a minha mãe. a boa notícia da minha irmã.

a sensação de que nada é tão mau quanto pareceu no dia seguinte.

pois não?

Posted by Hello

Queima prazeres.



que rasto de destruição é este que deixaste em mim?

desfocaste-me.



era tudo tão menos imperfeito se me tivesses incluído nos teus dias.
não digas que elevo isto para um patamar mais acima do que o real.
ou que profiro palavras desajustadas.
estou farta de teorias.
digo o que sinto. não faço filtros desnecessários. ponto.
e o que sinto são as saudades de não te ver. saudades de (apenas) te sentir. de te ler.
e agora?


terça-feira, maio 17, 2005

casa (vem fazer de conta)


Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior

assim como...

...quem bai, bira e corta (quem me disse isto, quem foi?eheheh) começou a época do estudo. das manhãs e tardes na feuc. das noites nas cantinas e não só. do desespero, entrecortado pelas alturas em que se manda tudo às urtigas. dos cafés, lanches e risadas com as amigas. dos olhares perdidos numa sala de estudo.


ai....


here we go!!!!!!!!!!!!!!!


(damn.)

segunda-feira, maio 16, 2005

(para obras)



aqui devia estar um texto sobre como me vou (re)construir sobre tábuas mal pregadas, sobre cinzas de papel de parede queimado, sobre farpas de móveis arrastados.
aqui não vai residir nada a não ser um espaço por preencher, um fill in the gap à boa maneira inglesa, para que se sintam na livre e corajosa vontade de me (re)desenharem.
eu não albergo mais as forças necessárias, as telas e as cores com que se pintam uma pessoa.
sim, amora. é esse o grande problema. ter a noção de quem sou.





transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova (Toranja)


deixar-te sair de mim para poder respirar
esperar que consigas ser quem no fundo ainda és

saborear-te para depois te libertar deixou um travo de dor, mas o doce nunca é tão doce sem o amargo, dizem-me... Posted by Hello

domingo, maio 15, 2005

blue orchid.


hoje podia ser um parêntesis, um parêntesis recheado de ausência.
passaram dias de ressurgimento da minha côr.
agora é tempo de nascer outra vez. devagar, como diria alguém.
preciso de calma, de dias de lentidão profunda.
tentar perceber, dissecar os (re)encontros, os inícios, os fins.
não consigo ler as partituras desta canção mal composta.
mas vou tentar.
eu tento.
e hei-de chegar a mim.



parabéns?

o blog destas duas amoras completou um mês ontem...
usamo-lo para muita coisa: partilhar curiosidades, desabafar, sorrir ou chorar...

obrigada a quem nos lê.

T.S. Elliot



"quem é o terceiro
que caminha
sempre a teu lado?"



sábado, maio 14, 2005

depressão pós-queima...

... porque agora tenho que voltar à minha vida real. com aulas e trabalhos e exames e frequências.

(sem ti.)

vamos a isso.

sexta-feira, maio 13, 2005

a lua girou...


A lua girou, girou
Traçou no céu um compasso

Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braços
Eu bem queria fazer...

Travesseiro dos meus braços
Só não faz se não quiser

Sustenta a palavra de homem
Que eu mantenho a de mulher
Sustenta a palavra de homem...

A lua girou, girou
Traçou no céu um compasso

Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braços
Eu bem queria fazer..

(Milton Nascimento).Posted by Hello

nostalgia da última noite...


não, o blog não está para obras... mas a queima propicia a que eu durma o dia inteiro... peço desculpa por não ter escrito, mas tenho tentado aproveitar ao máximo (até porque sei o que se segue à festa...).
os encontros imediatos com pessoas que não se vêem há anos, as (re)aproximações, a minha amora, as fantastic eight juntas de novo... os meninos ácidos que por cá andaram!
vocês que me lêem: como viveram esta queima?
e agora vou... o dia do último jantar, da última noite... (suspiro) quero mais.
beijo a todos!
Posted by Hello

domingo, maio 08, 2005

baile.


parabéns aos meus amores que o organizaram... Posted by Hello

cold.




It's a dirt ground we crawl upon
I've stared at your face for much too long


And the words you meant to say
And the words I gave away

It leaves you cold,
oh oh
Cold,oh oh
Cold,oh oh
Cold.


[gemma hayes, hanging around].

ponto final. sem parágrafo.



gostava de ter palavras bonitas.
gostava de pôr palavras a bold e fazer jogos de cores e sons.

hoje não.

hoje é o dia depois de ontem.
a fragilidade emerge e sobrepõe-se a qualquer marta colorida que vocês possam ter avistado.
devorei o desejo que me caiu na pele. respirei-te - inspirei ilusões de palavras douradas, expirei a desilusão em forma de abandono.
por entre poeira e frases menos articuladas por vírgulas embriagadas, surges tu.
nesse momento, o em que apareceste e não me quiseste, avisos de uma amora ecoaram dentro de mim.

[fotografia de jannie regnerus].

quinta-feira, maio 05, 2005

devagar.



devagar
se o vento não mudar
vou dar até sentir
que há uma razão para
crer
que é bem melhor existir
não sei
não vejo luz em mim
tão pouco em mais alguém
só quis tocar o
céu
não quero mal a ninguém
eu sei
diz-te a canção do medo
vê se um dia o tempo nos traz
mas perde a noção do tempo
quando eu amo é sempre devagar


[ornatos violeta].



conhecer-te assim, devagarinho.
caminhar com passos lentos, de pisar leve mas vasto, para alcançar e traçar os trilhos (ainda) desalinhados.
assusta-me encontrar-te. encontrar-me em ti.

vamos perder-nos em nós?


quarta-feira, maio 04, 2005

urgente, a fuga.



I wanna get out

wanna get into something

I wanna get out.


[x-wife].


porque a queima está QUASE aí...

... e porque o site do último post da minha amora despertou a minha curiosidade, aqui vai.

claro que eu sou VODCA! o que explica muita coisa, de facto. experimentem. estou curiosa para ver o que certas pessoas serão...

http://quizilla.com/users/truly-dippy/quizzes/%3F%3F%20Which%20Alcoholic%20Drink%20Are%20You%20%3F%3F

never is a promise...

You'll say you understand, but you don't understand
You'll say you'll never give up seeing eye to eye
But never is a promise, and you can't afford to lie

(Fiona Apple)

que fé põem nas promessas que vos fazem? não consigo evitar: não acredito no eterno, no para sempre, no "nunca te vou magoar"...

acredito no para sempre temporário. ou seja: uma relação é sempre fortemente imbuída do contexto em que a vivemos. num determinado momento, ambas as partes precisaram de alguém com determinadas características... por muitos e longos anos? a vida toda? para sempre? cada vez mais duvido... não dá para fugir às mil histórias que todos os dias se desfazem. como querer a mesma coisa a vida inteira?

guardo na memória os (raros) momentos em que senti que podia realmente passar muito tempo com alguém. a doçura dessa esperança faz-me sempre sorrir.

mas para mim o mais importante será sempre o aqui. o agora. cuidar da relação e da pessoa como se a pudessemos perder a qualquer segundo. e não acredito no fim. o fim é sempre o começo de algo. por muito que doa (e dói)... quase sempre, só conseguimos perceber o porquê de algo passado muito tempo... e o desespero dá lugar à compreensão...

don't ever take anything for granted... nothing is.

se fosse um filme.



seria, dizem-me, o Mulholland Drive.
eu já não me considerava muito normal.
agora, identificam-me como sendo uma pessoa de traços lynchianos.


[Mulholland Drive, primeiro estranham-te, depois ninguém pode passar sem ti! Um mistério que vale a pena descobrir]



terça-feira, maio 03, 2005

mal me quer.



je t'aime

un peu

beaucoup

passionnément

à la folie

pas du tout



se tivesse mais uma pétala [...].

contra a indiferença.

http://www.worldpressphoto.nl/

visitem. vale a pena.

feel like rain today



She's been shifting round her shape
been missing for some time
well aware when I awake
aware when I been lying
Sheer water in her eyes
a winter windows rain
all the weather of desire
all the ways to know the pain

(Cousteau)

não volto a acreditar... mas não faz mal.Posted by Hello

ponto final parágrafo.




whenever I wake up
try and take the shape of
turn into the whole wide world I made up

off

the lights were golden


[karen O., hello tomorrow].



a lembrar as palavras de arrepio nas letras.
a lembrar a vontade de desvendar traços desconhecidos.
é bom perder-me em ti.

ponto final parágrafo, porque começo a escrever outras linhas.