sábado, abril 30, 2005
ponto final.
assim como a tua entrada nos meus dias se mostrou tão repentina como inesperada, também a tua fuga o está a ser.
sei que não podia ser um amanhã solar. contigo sempre me senti num limbo.uma inconstância permanente que não ajudava nada ao meu próprio desequilíbrio.
mas davas-me aquilo que eu não sabia poder ser. tornaste uma negritude sempiterna mais passageira.
se nunca te pertenci, por que insisti em ter-te sem te ter completamente?
como disse uma vez: era bom fugir ao (des)amor.
há correspondência com:
[all we know is we're all in the dance].
sexta-feira, abril 29, 2005
(sor)risos nocturnos.
comboio.santa joana.22.branco.ser cá da malta.cores.frio.abraço.beijo.oito graus.dançar.rosa. 'finipizza'.rir.rir muito.galão.sol.adeus.comboio.dormitar.
por vezes, a leveza de ser favorável a um despreendimento da razão não é, de todo, a pior escolha.
noite isolada, mas nunca perdida em qualquer passagem de dias.
(il bacio più grande per voi!)
quinta-feira, abril 28, 2005
puff.
quarta-feira, abril 27, 2005
como uma onda no mar...
"Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas,
como um mar
Num indo e vindo
infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar"
(Lulu Santos)
É que o sol puxa por mim e apetece-me praia, sol, mar. Gostava de sentir agora as ondas a quebrar na areia e o vento a despentear cabelos e sentimentos. E o que a música diz é verdade... a vida vai e vem... as coisas boas e as não tão agradáveis chegam e saem de nós... porque há sempre uma onda melhor.
[amoro-te].
há correspondência com:
[me and you and everyone we know.]
terça-feira, abril 26, 2005
reparem no nome do barco verde... quantas pessoas conhecem que vivam por alguém, que não saibam continuar sem uma determinada pessoa? a verdade é que, se não soubermos viver connosco próprios, não iremos ser felizes com os outros... acredito mesmo que temos que gostar de nós em primeiro lugar. mas é tão bom quando o outro nos completa...
um dia.
Wait, they don't love you like I love you.
hoje sou grito silenciado por ti.
um dia quererás ouvir-me.
um dia restará apenas a memória das tardes de sexta-feira, dos suspiros - os comestíveis e os outros -, das luzes apagadas, da chama do cigarro aceso.
um dia apenas restará a lembrança imortalizada numa fotografia de brilho raro, uma noite mutante que mudou, de facto, o meu rumo. para sempre.
um dia restarás apenas tu. tu ao longe, tu na proximidade mais longínqua que poderei conhecer.
fica. fica comigo.
há correspondência com:
[there's a taste in my mouth].
segunda-feira, abril 25, 2005
domingo, abril 24, 2005
"Não vamos para mais novos...
... nem para mais magros. (...) A «revelação» aconteceu quando estava a ver um dos biliões de anúncios que despontam como cogumelos na Primavera e nos apresentam gloriosas moças na casa dos vinte aninhos a exibirem a sua ausência de barriga, debruçadas sobre um qualquer produto light ou em pleno exercício de abdominais, o corpo reluzente e perfeito."
(eu estou na casa dos vinte aninhos e não sou assim...damn.)
"(...) dissipou-se a ilusão de que o sonho dependia apenas da vontade, apenas da capacidade de renunciar às tentações da carne (...). Finalmente, podia renunciar de vez a pensar no assunto, a mandar bugiar todos aqueles, a começar pelo nosso superego, que de todos os lados nos parecem impor a urgência de sermos aquilo que não somos, de parecermos aquilo que não parecemos, de usarmos uma roupa de geometria impossível sobre um corpo que temos a obrigação de conservar imune à passagem do tempo, graças a um manancial de poções milagrosas que pouco mais fazem senão somar a ruína económica à frustração (...). O mais complicado é saber qual o caminho depois de um «choque tecnológico» destes, sem a sensação de que capitulámos por preguiça ou cobardia. Infelizmente, não há qualquer perigo, porque a verdade é que a racionalidade pode muito pouco contra este inconsciente colectivo vindo não se sabe de onde, e que nos diz que o nosso valor é medido em quilos."
(Isabel Stilwell, NM #674)
porque cada vez mais me sinto sufocar de cada vez que entro numa loja (para a minha idade) e vejo calças de tamanhos adequados para uma criança de dez anos... por que é que cada vez mais confiamos nas aparências para nos dizerem algo sobre a pessoa? "é simpática, se perdesse uns quilinhos era perfeita..." cada vez mais me farto de ouvir histórias em que alguém corta com alguém porque este último(a) ganhou uns quilinhos a mais... porquê o "é pena ser gordinha"? porque é que alguém tem que se sentir mal e na obrigação de perder peso por não vestir o 34?
eu continuo a sentir-me mal em mim mesma. e, genuinamente, odeio ter a consciência de que a minha própria racionalidade pode muito pouco, mesmo, contra tamanha cabala. daí a culpa pelo hamburger do jantar. desnecessário... lá porque o benfica estava a ganhar, podia perfeitamente ter ido para casa jantar sopa - ah, feita sem batata. Nasci já numa cultura completamente virada para o seu umbigo, e admito a dor por não ser perfeita. Mas pelo menos não vivo para isso... sim, porque a cerveja e empalhada ninguém me tira, nem que venha a Gisele saracotear-se à minha frente!
(damn.)
(eu estou na casa dos vinte aninhos e não sou assim...damn.)
"(...) dissipou-se a ilusão de que o sonho dependia apenas da vontade, apenas da capacidade de renunciar às tentações da carne (...). Finalmente, podia renunciar de vez a pensar no assunto, a mandar bugiar todos aqueles, a começar pelo nosso superego, que de todos os lados nos parecem impor a urgência de sermos aquilo que não somos, de parecermos aquilo que não parecemos, de usarmos uma roupa de geometria impossível sobre um corpo que temos a obrigação de conservar imune à passagem do tempo, graças a um manancial de poções milagrosas que pouco mais fazem senão somar a ruína económica à frustração (...). O mais complicado é saber qual o caminho depois de um «choque tecnológico» destes, sem a sensação de que capitulámos por preguiça ou cobardia. Infelizmente, não há qualquer perigo, porque a verdade é que a racionalidade pode muito pouco contra este inconsciente colectivo vindo não se sabe de onde, e que nos diz que o nosso valor é medido em quilos."
(Isabel Stilwell, NM #674)
porque cada vez mais me sinto sufocar de cada vez que entro numa loja (para a minha idade) e vejo calças de tamanhos adequados para uma criança de dez anos... por que é que cada vez mais confiamos nas aparências para nos dizerem algo sobre a pessoa? "é simpática, se perdesse uns quilinhos era perfeita..." cada vez mais me farto de ouvir histórias em que alguém corta com alguém porque este último(a) ganhou uns quilinhos a mais... porquê o "é pena ser gordinha"? porque é que alguém tem que se sentir mal e na obrigação de perder peso por não vestir o 34?
eu continuo a sentir-me mal em mim mesma. e, genuinamente, odeio ter a consciência de que a minha própria racionalidade pode muito pouco, mesmo, contra tamanha cabala. daí a culpa pelo hamburger do jantar. desnecessário... lá porque o benfica estava a ganhar, podia perfeitamente ter ido para casa jantar sopa - ah, feita sem batata. Nasci já numa cultura completamente virada para o seu umbigo, e admito a dor por não ser perfeita. Mas pelo menos não vivo para isso... sim, porque a cerveja e empalhada ninguém me tira, nem que venha a Gisele saracotear-se à minha frente!
(damn.)
alegre recordação.
nem sempre o fim indicia um mau-estar.
é certo que, não raras vezes, me questiono relativamente a este fim. "o" fim.
mas a certeza de que posso continuar a ler a voz de um poeta-cantor compõe uma aceitação de facilitado processo. vão estar sempre aqui, nada vai mudar. já entraram no meu mundo. fundo.
saudades de uma côr antiga. saudades de um mundo mais violeta.
há correspondência com:
[nas entrelinhas].
chuva.
embora lave o medo que há do fim
a chuva apaga o fogo que há em mim
oiço a voz de quem me quer tão bem
e fico a ver se a chuva a ouvirá também.
ornatos violeta.
há correspondência com:
[nas entrelinhas].
sábado, abril 23, 2005
fim de semana em aveiro...
Ninguém aqui vem que não fique seduzido, e, noutro país, esta região seria um local de vilegiatura privilegiado. (raul brandão)
bom fim de semana a todos...
bom fim de semana a todos...
eternal sunshine of the spotless mind.
Instructions:
Memories are preserved through the pictures in our minds.
Most of the time these memories are pleasant, but in the case of many Lacuna patients, these mental pictures cause heartbreak and sorrow.
The Lacuna procedure guarantees the permanent erasure of targeted memories.
[por vezes, seria mais fácil. não manter dentro de mim momentos de uma irreversibilidade incontornável. por vezes, seria mais fácil. esquecer-te. esquecer-me. esquecer-nos].
há correspondência com:
[there's a taste in my mouth].
sexta-feira, abril 22, 2005
j'aurais toujours faim de toi.
de peito aberto para ti, recebo uma indiferença que mata.
de que côr é o teu amor?
o meu é vermelho-sangue, de ferida agravada pelo tempo.
para onde levo eu a minha luta, amor?
onde fico eu junto de ti?
esquece, marta, esquece.
deixa a memória morrer.
é esta a tua forma de vida.
há correspondência com:
[there's a taste in my mouth].
quinta-feira, abril 21, 2005
coisas boas
hoje tive que fazer coisas que não queria fazer, o que me levou a pensar em planos mais alegres, momentos que me deixam feliz...
ler horas a fio, perder-me noutro mundo (por vezes não quero voltar...)
dormir. muito.
dormir na praia!
ficar à conversa num café
noites como as daquele sábado...
um beijo roubado
a companhia de quem mais gosto
a minha música
os risos das fantastic eight!
os olhos da minha amora
andar, simplesmente.
ok, conduzir também...
passear à beira mar...
a praia no inverno
aqueles dias em que o sol nos aquece a pele
e também aqueles momentos em que olhamos alguém nos olhos e percebemos que se vai passar algo de especial... as voltas que o estômago dá com os nervos e a electricidade de um toque... a altura em que nos apercebemos que o outro já faz parte de nós... quando adormecemos aquecidos pela respiração de quem gostamos... quando de repente nos rimos sem razão porque estamos mais leves...
quando tudo corre mal, lembro-me do que corre bem. eu sei que é o que se deve fazer; só que por vezes não é suficiente. tenho a mania irritante de cometer erros porque me sabem bem, mesmo quando sei que me vou magoar. acabo por sobreviver sempre. e aprendo. ergo a cabeça e continuo. afinal, que mais posso fazer? quem mais posso ser?
mas confesso que estou cansada.
ler horas a fio, perder-me noutro mundo (por vezes não quero voltar...)
dormir. muito.
dormir na praia!
ficar à conversa num café
noites como as daquele sábado...
um beijo roubado
a companhia de quem mais gosto
a minha música
os risos das fantastic eight!
os olhos da minha amora
andar, simplesmente.
ok, conduzir também...
passear à beira mar...
a praia no inverno
aqueles dias em que o sol nos aquece a pele
e também aqueles momentos em que olhamos alguém nos olhos e percebemos que se vai passar algo de especial... as voltas que o estômago dá com os nervos e a electricidade de um toque... a altura em que nos apercebemos que o outro já faz parte de nós... quando adormecemos aquecidos pela respiração de quem gostamos... quando de repente nos rimos sem razão porque estamos mais leves...
quando tudo corre mal, lembro-me do que corre bem. eu sei que é o que se deve fazer; só que por vezes não é suficiente. tenho a mania irritante de cometer erros porque me sabem bem, mesmo quando sei que me vou magoar. acabo por sobreviver sempre. e aprendo. ergo a cabeça e continuo. afinal, que mais posso fazer? quem mais posso ser?
mas confesso que estou cansada.
quarta-feira, abril 20, 2005
rumo
rasgar memórias.
rasgar memórias para poderes arrumar uma casa deixada ao abandono.
rasgar memórias para poderes habitar uma casa inabitável.
rasgar memórias para poderes descobrir um quarto sem poeira.
rasgar memórias.
rasgar a pele.
para poderes sair de ti.
sai de ti.
há correspondência com:
[there's a taste in my mouth].
terça-feira, abril 19, 2005
marta.
marta não quer chorar
guarda nela sem ter razão
as negras ondas do mar
tentem ver no cordão
que vos une à razão
quão pior é morrer devagar
marta não quer chorar
mas seus olhos vertem a dor
de morrer para não matar
é que a vida são canções
de épicos refrões
que farão a marta rir
só que um dia vão ter de acabar
[...]
ornatos violeta.
há correspondência com:
[I still only travel by foot and by foot it's a slow climb].
interpretar...
- Não me leve a mal, mas só interpreta...
- Países já entraram em guerra porque se interpretaram mal.
todos precisamos de traduções de vez em quando...
- estamos "kepéla": em margens opostas do rio.
sim.
- Países já entraram em guerra porque se interpretaram mal.
todos precisamos de traduções de vez em quando...
- estamos "kepéla": em margens opostas do rio.
sim.
segunda-feira, abril 18, 2005
esperar.
a espera acaba, muitas vezes, com a vontade.
consome a força e a crença num conto de final principesco.
não gosto de esperar.
há correspondência com:
[please mary poppins].
domingo, abril 17, 2005
e puff! fez-se a noite perfeita.
sob uma chuva benigna - chuva que parece ter diluído algumas mágoas - guardámos algo meu,algo teu,algo nosso.
obrigada pela hipótese de fuga,obrigada pelos risos,por um gritar plutiano conjunto,pela dança,por me dares as mãos,por me mostrares que há mais do que esta coimbra vazia,por me mostrares que há mais que amores infrutíferos.
obrigada,rapazes mais lindos dos rapazes do mundo.
há correspondência com:
[me and you and everyone we know.]
prometido.
[e agora desisto
sempre que eu insisto
eu esqueço que existo]*
desisto.
desta vez,não é fraqueza de espírito.
dou por finalizada a minha luta.
afinal,que raio de amor seria este que não sugere a permanência?
tens razão. esta frase merece o bold e o vermelho.
*pluto, prisão.
há correspondência com:
[I still only travel by foot and by foot it's a slow climb].
sei que é um começo.
chuva.pLuto.UgaUga.ah ah ah ah.negras como a noite.chorar.esquecer.wally. Douro.barco. drum 'n' bass.estação.despedida.
há correspondência com:
[me and you and everyone we know.]
Subscrever:
Mensagens (Atom)