(postsecrets)
"posso honestamente apontar o dedo ao momento certeiro porque passava as tuas camisas a ferro. não sei ainda por que não o fazias tu se tinhas algo a esconder mas ó alberta faz-me lá esse favor e eu sim claro pois não a borrifar a camisa e a reparar, a reparar nas manchas de baton que não tinham saído, a reparar, um dia destes ainda escrevo para a empresa do tal detergente que afinal não é nada como eles dizem e me destruiu a vida. porque percebes, assim que elas deixaram de sair com as lavagens eu não podia mais fingir que não as via. e foi assim que deixei de fazer duas torradas de manhã para passar a fazer só uma, foi assim que passei a dormir apenas no meu lado da cama – é que o teu queimava com a falta que me fazias. e tinhas que ser tão banal, tão normal, engravatado a ter uma por fora, a minha mãe bem que me avisou ele tem olhos vadios.
só que eu pensava que eles vadiavam para mim. e agora a maria do café olha-me com olhos de pena alheia.
eu pensava que eras só para mim."