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quarta-feira, dezembro 19, 2007

black tongue.


como se num grito não coubesse a voz.

terça-feira, dezembro 04, 2007

gone with the wind.


eu também queria encontrar aqui ainda a terra, mas em vez disso, encontrei lábios feridos pela prosa farpada.

quarta-feira, outubro 25, 2006

ter o corpo em espera.

não ter tempo para o tempo rasga as paredes da palavra.
não ter tempo para o tempo junta os retalhos de um doloroso silêncio.
não ter tempo para o tempo põe o ponto final aqui.

domingo, julho 30, 2006

contrastes.

em meu redor, amores-que-me-parecem-perfeitos vão sendo semeados e colhidos pelos dias de verão.
em meu redor, futuros de brilho maior aproximam-se de hoje. espelham-se na minha inércia contrastes de quem parte em busca da substância e se esquece de uma forma de vida oca.

traí-me.

quinta-feira, junho 29, 2006

quando o coração sai pela boca.


diego: I'm here to see how you are. how are you?
frida: tired of answering that question. otherwise, like shit.

quinta-feira, março 30, 2006

what comes is better than what came before.


oh I do believe
in all the things you say
what comes is better than what came before
and you'd better come come, come come to me
better come come, come come to me
better run, run run, run run to me
better come

and you'd better run run, run run to me
better run, run run, run run to me
better come, come come, come come to me
you'd better run


[cat power, I found a reason].





não gosto de despedidas
, disse-me.

não gosto de distâncias próximas, disse-lhe.
guardar-te-ei, disse-me.
longe do coração.
longe do coração, digo-te.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

jeux d'enfants.


e amar assemelha-se, cada vez mais, a jogo sem regras ou de regras unilaterais. porque tu podes reivindicar a verdade sem consequência, eu tenho de carregar às costas o peso do depois.
eu ou tu. não eu e tu.
e é perder-te assim perdidamente. é seres eliminador de traços, é seres estilhaço e lâmina em mim, é não poder gritar-te senão dentro da pele, sob a epiderme, debaixo da coberta. é sentir-te a correr à flor da pele. é ser transparente e permeável aos olhos do mundo.
finita la comedia.
cap?
pas cap?

quarta-feira, janeiro 25, 2006

produto quebrável.


de asas s o l t a s
sobrevoo os dias
sobrevoo(-te) por entre tempestades

rasgo as asas
quebro o sonho

rasgo(-te d)a memória
quebro as palavras

rasgo a música
quebro o poema

rasgo a fortaleza
quebro-me

aterro
altos e baixos e baixos e baixos e baixos e baixos e baixos



I’m cracking up

Cracking up

Cracking up

We’re cracking up

Cracking up

Cracking up


[the jesus & mary chain]


segunda-feira, janeiro 23, 2006

abcdefim.

uma letra de uma música pode construir um alfabeto inesperado.
daqueles alfabetos que não escrevem senão o silêncio do amor.
o amor que se prolonga e acaba no mesmo coração. quando poderia começar num e acabar noutro. ou não acabar. se não acabasse era, de facto, amor.
a eternidade que se esqueceu de ser eterna e perdeu-se na voz da elis regina.
parou e esperou pelo refrão. mas o refrão nunca chegou.

os alfabetos também têm um fim.
não gosto de fins.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

.


o menino-poeta esqueceu-se de rimar com o meu coração.



quinta-feira, janeiro 19, 2006

céu de sonho cadente.

olho para cima.
queimam-se as pontas do sonho. torna-se fogo.
olho para cima.
chuviscam cinzas oníricas, de rasto cadente.
olho para cima.
o meu sonho é cadente.
e tu não o ergueste.




Posted by Picasa

mudam-se as flores, mudam-se as vontades.


és flores quebradas. és lábios intactos. és escrita interdita pelo frio nas mãos frias. és a música mais triste das músicas do mundo. és a repetição calculada daquela melodia. és interrupção daquela melodia.
não carregas nas mãos as flores ou a palavra que perdoa. carregas a certeza de que não constróis estrada paralela à minha. carregas um novo espaço para preencher sem a tua memória. sem ti, mas comigo.
comigo, velha e cansada. comigo, a iniciar parágrafos de letras transparentes. comigo, a olhar para trás e a instalar ausências.
és flores quebradas, sem pétalas de possível amor.





domingo, janeiro 15, 2006

so history repeats itself after all.


há dias assim.
sentada na brancura, de letras ao peito, à espera de quem nunca vai chegar.

terça-feira, janeiro 03, 2006

querer(-te).


quero pintar o meu diário de reflexos - contornados a linhas douradas, de ouro de sonhos rendados, desenhar como a minha tia, de pincel de vida numa mão e poesia na outra -, quero escrever como o zé luís - com o coração e com a caneta a fazer estremecer o mundo interior, com a caneta a abanar os mundos e os fundos, este mundo e o outro, aquele que não conheço ou nunca pude conhecer, quero escrever palavras que não conheço e chegar ao fundo de mim, ao fundo dos outros -, quero tirar fotografias com a memória, quero fotografar como a francisquinha, quero fotografar com a francisquinha - com pormenores e pormaiores alternativos ao óbvio que não é bonito -, quero aprender a ver para além de, para lá de, para muito longe de!, quero abraçar a rejeição e rir-me dela, fazer-lhe trocas e baldrocas, confundi-la e dizer-lhe que não me apanhará mais num nevoeiro de inocência - sim, porque sou inocente, tu disseste que eu era inocente e por isso chorava, chorava muito e doía muito andar por aqui a fingir que não sou uma menina pequenina perdida num labirinto de jogos em que todos me lançam os dados. eu não quero jogar mais, não acredito na sorte, acredito na certeza. não quero guardar a felicidade em pequenos compartimentos, armazenar momentos felizes. não acredito. acredito na alegria longa. e sabes porquê? a alegria-fósforo faz explodir o coração-bomba e ninguém apanha os cacos senão eu. mas agora já não há cola que cole este coração.

[as palavras ardem, as palavras estão a arder. também tu arderás].


segunda-feira, janeiro 02, 2006

otorrinolaringologista.



nas palavras não cabe o amor.
o amor é maior - tão maior que as palavras são pequenas para amar.
quando era pequenina, diziam-me que otorrinolaringologista era a palavra maior do mundo.
tu vives nessa palavra.
vives nessa palavra porque o amor é grande e precisa de espaço para morar nas palavras.
o meu amor por ti é como essa palavra: otorrinolaringologista.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

please answer the question.



em tempos de eleições - que vivem, por todo o lado, à minha volta -, eu própria tento eleger uma forma de vida que não assente em escolhas cambaleantes, decisões de firmeza duvidosa. decidir o sim ou o não ou, simplesmente, pôr a cruzinha no talvez. o que importa é a certeza, o anular da dúvida que me faz permanecer indefinida, incompleta, metade de fruto fora de época.
são tempos de eleições. e eu não tenho escolha.


terça-feira, novembro 29, 2005

do adeus e do fim.


e adormeci com o sabor a fim, a trilho apagado, a tristeza salgada.
eram as memórias a deitarem-se na almofada, a tentativa insistente emafastá-las do sono atrasado e elas a penetrarem um pensamento semi-sereno.
eras tu e o teu outro tu, porque tu não podes ser só um. eras tu a escorregar-me por entre os dedos e o futuro a rir-se de mim porque é vazio de ti, porque tem de ser vazio de ti. eram as desculpas que são culpas, os ódios que são amores, a indiferença que não é senão uma tentativa de restabelecer a paz, de restabelecer-me, porque isto não sou eu, isto não posso ser eu.
é o mundo a lançar dados nos meus dias e eu a não querer jogar mais. é estar farta de dar provas, de ultrapassar os nãos, de correr para não alcançar sim nenhum.


não sabia que a palavra adeus podia dar murros no estômago.




domingo, outubro 30, 2005

meteorologia interior.



previsão do tempo para amanhã(s):

períodos de céu muito nublado.
aguaceiros, especialmente durante a manhã.
condições favoráveis a ocorrência de trovoadas.
descida [drástica] da temperatura.

quinta-feira, outubro 27, 2005

cegueira imposta.


I have seen too much
I haven't seen enough
you haven't seen it


[I'm] not scaremongering
this is really happening
[radiohead, idiotheque].

segunda-feira, outubro 24, 2005

partida.


partiu para esse futuro (in)esperado. na viagem, reparou no seu reflexo.
guardava o sorriso para o menino da cidade-luz.
prova mais um sabor amargo do sorriso que não pode permanecer no rosto.
subiu as escadas e quis lá ficar bem no cimo. mas caiu. caiu e com ela cairam as ilusões, o mundo e tudo o que ele comporta.
o corpo em combustão, a esperança que se foi queimando rapidamente, apoiada nos caminhos-de-ferro.
a incompatibilidade de emoções. a certeza de querer e a outra certeza - a de que(m) não (a) quer.
como era bom viver numa incerteza feita de beijos prolongados, silenciosos, escritos em qualquer espaço - lembras-te?
a incerteza numa noite maior, de luz apagada, de defeitos e pesadelos escondidos.
noite de mãos dadas e protecção plena.
olhos verdes-verdes, repararam no reflexo, pintado de preto e de branco, como se não existissem mais cores no mundo. como se ela não visse as outras cores do mundo. ela não vê as outras cores do mundo.