sexta-feira, fevereiro 03, 2006

que não seja o quarenta e nove. que não seja o quarenta e nove. que não seja o quarenta e nove.


quatro números separam o medo do fim.
uma porta separou o tudo do nada.
sem surpresas.
sem surpresas.
o quarenta e cinco, o quarenta e nove e vinte um anos de sobe e desce escadas.
acendeu-se o fogo e a certeza cinzenta ficou para lá morar.
a água não chega, o tempo demora-se, os gritos acordam, as vozes choram alto. o fogo queimou o silêncio. shhh. deixa a casa morrer em paz.
dias e noites e tardes de verãooutonoinvernoprimavera dentro de memórias em chamas, medo em chamas, lágrimas em chamas, vinte e um anos, quase vinte e dois de sobe e desce escadas das casas gémeas em chamas.
casas gémeas, rostos gémeos, recordações gémeas.
não respiro fundo porque a ausência é feita de cinzacinzenta feita de medoafogueado e pode entrar em mim, esquecer-se que quatro números depois está a minha vida.


acendeu-se o dia, apagou-se a luz.

[I'll take a quiet life, a handshake of carbon monoxide, with no alarms and no surprises, no alarms and no surprises, no alarms and no surprises, silent silence.
such a pretty house and such a pretty garden. no alarms and no surprises, (get me out of here)no alarms and no surprises, (get me out of here)no alarms and no surprises(get me out of here) please].

radiohead.


5 comentários:

homesick.alien disse...

did anyone got hurt?

franksy! disse...

o susto que eu apanhei...

Black Rider disse...

Algo neste post lembrou-me quando estive no meio do fogo neste último Verão. Não foi a primeira vez nem creio que será só por isso, mas volta e meia ainda sonho com chamas. Arder esta cidade ainda consegue. Nevar... é que nem por isso.

p.s.- essa é uma das minhas 10 músicas preferidas.

Jorge Moniz disse...

Euromilhões?

tixa disse...

always here for you