segunda-feira, julho 23, 2007

matta.



















delineia com a ponta do dedo as pedras da calçada
o alcatrão sujo, as beatas que decoram o passeio
desenha as folhas que lhe tocam, as flores que esmaga sob os pés
o fio de água que vem do degrau cinzento da casa vizinha
os olhos seguem as luzes dos carros, cheias de um rumo que não sabe ter partida-percurso-chegada que desconhece
por girar na contraluz dos candeeiros de rua
traça com a unha sulcos profundos que depois perde e não consegue seguir

rascunhos de si, incompletos, refeitos três vezes à sombra do que lhe escapa.

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