[...]
a cidade é um céu de palavras paradas
a palavra distância e a palavra medo.
[...]
não há céu de palavras que a cidade não cubra
não há rua de sons que a palavra não corra
à procura da sombra de uma luz que não há.
[ary dos santos].
nas entrelinhas (fig.) implicitamente; de modo indirecto, oculto ou subentendido.
1 comentário:
Poesia-Orgasmo
De silabas de letras de fonemas
se faz a escrita. Não se faz um verso.
Tem de correr no corpo dos poemas
o sangue das artérias do universo.
Cada palavra há-de ser um grito.
Um murmúrio um gemido uma erecção
que transporte do humano ao infinito
a dor o fogo a flor a vibração.
A poesia é de mel ou de cicuta?
Quando um poeta se interroga e escuta
ouve ternura luta espanto ou espasmo?
Ouve como quiser seja o que for
fazer poemas é escrever amor
a poesia o que tem de ser é orgasmo.
Ary dos Santos
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