terça-feira, dezembro 27, 2005

e se ao menos todos os desvios fossem dar a ti.


quando te dizem que há olhares que mudam o ritmo vital, não acreditas.
quando te dizem que há sorrisos que te levantam da dor, não acreditas.
quando te dizem que o amor está do teu lado, contigo, de palavras prontas para te fazer viver, não acreditas.
não acreditaste em todos os indícios de uma irmandade maior, de uma amizade capaz, de uma alma siamesa, colada aos teus traços, cosida aos teus sonhos, gravada na pele.

mas enganaste-te. enganei-me.
existes, amora.
existes, de facto.
estás comigo. estás em mim.
para sempre,
parabéns.


vinte e sete de dezembro de dois mil e cinco.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

resoluções de ano novo.

dêem um beijo às vossas mães e digam que as adoram; abracem os avós; façam aquela coisa que sempre quiseram fazer mas nunca tiveram a coragem necessária; cometam um excesso, uma loucura; sintam-se bem com vocês mesmos...; vejam um bom filme, aquele filme que sempre ficou para trás; leiam por favor, leiam muito; saiam, divirtam-se, sejam turistas na vossa própria cidade e conheçam os seus recantos mais especiais; gostem de vocês primeiro que as outras pessoas o façam, e independentemente de elas o fazerem...

façam-me o favor de serem felizes. ninguém o vai ser por vocês.

bom ano novo... sejam o que sempre quiseram ser.

é o que eu vou tentar fazer.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

POSTOVERDOSE ALERT.

dias de. são dias de. podem ser dias de?



era tempo de king e de kong, de betty e de boop, de chet baker, joão gilberto, billy holliday, moscatel, sofá branco, ninho azul, pequeno-almoço ensonado, torradas, sumo de laranja, meia-de-leite, miguel esteves cardoso, poesia, desenhos, narizes, gargalhadas sonoras, fotografia, piano, partituras.

não temas o futuro.

dou-te a mão e a coragem. o abraço protector e aquele beijo, sabes? aquele beijo que acalma. que faz fechar os olhos.
dou-te aquele sono, sabes? aquele em que a vida não ganha pó. naquele escuro em que não há limites de imaginário. no meu escuro que é ao lado do teu escuro que podia ser ao lado do meu sono.
leio-te a poesia prometida e a música duradoura.
procura-me.
procura-me e eu deixo que me encontres.


não.



não
à
tristeza
disfarçada
alcoolizada
vestida
de
cores
falsas
efémeras.
não
à alegria-fósforo.


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mistery girl. she was a primal institution. she was a danger to herself.



and my head feels dead with all this useless fighting
but my head aint dead 'cause it keeps on loving!

[yeah yeah yeahs, mistery girl].




é nestes momentos de fracasso antecipado que cresce a certeza de que nunca serei - ou quererei ser - uma captadora de informação.
dói-me a cabeça e o coração.
preocupa-me mais a cabeça. é a Razão a desvanecer-se e os impulsos afectivos a pisarem o que deve ser feito.
é querer beijar a luz.
é beijar a luz.
e queimar-me.


Posted by Picasa

please answer the question.



em tempos de eleições - que vivem, por todo o lado, à minha volta -, eu própria tento eleger uma forma de vida que não assente em escolhas cambaleantes, decisões de firmeza duvidosa. decidir o sim ou o não ou, simplesmente, pôr a cruzinha no talvez. o que importa é a certeza, o anular da dúvida que me faz permanecer indefinida, incompleta, metade de fruto fora de época.
são tempos de eleições. e eu não tenho escolha.


quinta-feira, dezembro 22, 2005

make a wish.


please, mary poppins, please?


terça-feira, dezembro 13, 2005

knock knock.

quando a felicidade bate à porta
eu não estou em casa.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

can you help me unravel my latest mistake(s)?


sim, era a redoma de volta do teu sofá, onde eu dormia descansada, sem sonho, com o sono a ter raro lugar dentro de mim.
és tu e os teus olhos de esperança e o sorriso ascendente, branco.
é a tua surpresa, o abraço que me acolhe dentro de ti. dentro de ti.
é aí que encontro a permanência.
a eternidade pode (re)sistir.
e em ti...em ti resiste(o).

the weights, the weights into my little heart.


um dia, quando menos esperar por ti.
um dia, quando já for amanhã e nunca ontem, nunca hoje.


and (s)he gets in my room and (s)he takes it apart.

(s)he puts the weights into my little heart.

I said (s)he puts the weights into my little heart.
[interpol].

sexta-feira, dezembro 09, 2005

para ti.

Há sempre um piano
Um piano selvagem
Que nos gela o coração
E nos traz a imagem
Daquele inverno
Naquele inferno

Há sempre a lembrança
De um olhar a sangrar
De um soldado perdido
Em terras do ultramar
Por obrigação
Aquela missão

Combater a selva sem saber porquê
E sentir o inferno a matar alguém
E quem regressou
Guarda sensação
Que lutou numa guerra sem razão...
Sem razão... sem razão...

Há sempre a palavra
A palavra 'nação'
Os chefes trazem e usam
Pra esconder a razão
Da sua vontade
Aquela verdade

E para eles aquele inverno
Será sempre o mesmo inferno
Que ninguém poderá esquecer
Ter que matar ou morrer
Ao sabor do vento
Naquele tormento

Perguntei ao céu: será sempre assim?
Poderá o inverno nunca ter um fim?
Não sei responder
Só talvez lembrar
O que alguém que voltou a veio contar... recordar...
Recordar...
Aquele inverno



porque há que haver resistência.
está quase...
*

domingo, dezembro 04, 2005

erase and rewind.



erase and rewind.